quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

MAUS LAMENTOS DE 91 - 1992

Nazareno Lima

- XXV -

Mãe, não há um nesse Brasil que me perdoe:
Vivo uma vida de amaldiçoado...
Teimando em ser sempre um "errado",
Não encontro um "certo" que me abençoe!
Porém, vejo hoje a minha condenação,
Tal Copérnico foi, pela Inquisição
E a História não conta como foi...
Tudo quanto é ruim sobra pra mim,
Enquanto cismo de ter o mesmo fim
Que teve o americano Allan Poe!

- XXVI -
Mãe, a injustiça é o pior castigo
Que um pobre ser humano pode receber:
Eu vivo esta vida sem conseguir saber,
O mal que esta classe quer fazer comigo!
Eu já lutei pois, de todas as formas,
Mas, não me entrego para as suas normas
Pois encontram erro em tudo que digo!
Declarei guerra para esta gentalha
E meus Irmãos também, como canalhas,
Ainda vivem a me chamar de amigo!

- XXVII -
Eu durmo por sob uma grande pilha
De problemas demasiados e absurdos:
Sou tal no Iraque, os povos Curdos,
Que para o mundo inteiro se humilha!
Quero esconder-me: não acho um quiosque,
Sou tal um coelho dentro de um bosque
Sendo perseguido por uma matilha!
Enquanto a traidora morte não vier,
Sinto a revolta que sentiu Voltaire,
Quando estava preso na Bastilha!
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Um comentário:

  1. A Luta dos Seringueiros do Acre foi tão intensa que, aqui se ver "SOLILÓQUIO À MINHA MÃE" em 1982 e "MAUS LAMENTOS DE 91" em 1982 - 10 anos de poesias e de lamentações em plena Ditadura Militar Brasileira ....

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