segunda-feira, 11 de setembro de 2017

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2001



     
 S O N H O S  -  01/2001
                           Nazareno Lima

Pôr minha pobre cabeça,
Passaram muitas ideias,       
Passaram muitos projetos...
Mas estes tristes aspectos,
Se fizeram em cefaleias !

Pelos meus pobres juízos,
Passaram tantos estados...
Jamais foram registrados,
Se fizeram em prejuízos!

Pôr meus tristes sentimentos,
Já rolaram absurdos,
Que ficaram vãos e mudos,
Pairando no esquecimento!

Em tais imaginações...
Viajei pôr mil caminhos...
Tive sonhos tão mesquinhos
Que nem causou-me emoções!

Sonhei... Sonhei! Só mentiras.
Tantas que... Nem mesmo falo!
Pôr isto mesmo me calo,
Quando escrevo as minhas liras!

Já pensei em ter infarte ...
Até no Nobel, pensei,
Com a Ciência sonhei,
Desejando fazer arte!

Sonhei que era escritor ...
Pensei que era poeta ...
Já pensei em ser asceta,
Para a Deus fazer louvor!

Já pensei em ser mendigo,
Talvez é isto que eu seja!
Pensei viver numa igreja,
Para acabar meu castigo!

Pensei em morar sozinho,
Para nem ouvir nem dizer,
Pensei em voltar a ser,
Um seringueiro mesquinho!

Mas, seringueiro não existe
Nesta  zona tropical.
Parar de receber mau,
É um sonho... Não existe!

Pensei fazer palhaçadas,
Para divertir os tristonhos:
Dei graças a Deus ser sonhos,
Para não fingir com piadas!

Pensei em amar alguém,
Casar e ser pai um dia;
Talvez me desse alegria,
Foi outro sonho também!

Pensei em viver folgado,
Quando a velhice chegasse!
Foi engano esse impasse,
Não tem folga o explorado!

Um filósofo, pensei ser,
Para saber a razão!
Pensei na religião,
Que faz deixar de sofrer!

Pensei em ser Comunista,
Para combater a pobreza!
Para ajudar a Natureza,
Quis ser ambientalista!

Pensei em ser professor,
Para ensinar quem não sabia
Mas vi que a maioria
Prefere ser estupor!

Pensei em ser viajante,
Para não ter endereço,
Nem pagar o alto preço,
Pela vida de infante!

Pensei em ser pobretão,
Mas pobretão, eu já sou!
Sem saber para onde vou,
De onde vim penso então!

Assim eu vivo vivendo,
De mesquinhas ilusões ...
Sem delas ter atenções ...
A esperança vou perdendo!!!
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

* Aqui, o poeta continua com a ideia 
e a expressão do seringueiro na cidade, 
onde todos os seus sonhos são 
praticamente impossíveis de ser realizados.

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