S O N H O S - 01/2001
Nazareno Lima
Pôr
minha pobre cabeça,
Passaram
muitas ideias,
Passaram
muitos projetos...
Mas
estes tristes aspectos,
Se
fizeram em cefaleias !
Pelos
meus pobres juízos,
Passaram
tantos estados...
Jamais
foram registrados,
Se
fizeram em prejuízos!
Pôr
meus tristes sentimentos,
Já
rolaram absurdos,
Que
ficaram vãos e mudos,
Pairando
no esquecimento!
Em
tais imaginações...
Viajei
pôr mil caminhos...
Tive
sonhos tão mesquinhos
Que
nem causou-me emoções!
Sonhei...
Sonhei! Só mentiras.
Tantas
que... Nem mesmo falo!
Pôr
isto mesmo me calo,
Quando
escrevo as minhas liras!
Já
pensei em ter infarte ...
Até
no Nobel, pensei,
Com
a Ciência sonhei,
Desejando
fazer arte!
Sonhei
que era escritor ...
Pensei
que era poeta ...
Já
pensei em ser asceta,
Para
a Deus fazer louvor!
Já
pensei em ser mendigo,
Talvez
é isto que eu seja!
Pensei
viver numa igreja,
Para
acabar meu castigo!
Pensei
em morar sozinho,
Para
nem ouvir nem dizer,
Pensei
em voltar a ser,
Um
seringueiro mesquinho!
Mas,
seringueiro não existe
Nesta zona tropical.
Parar
de receber mau,
É
um sonho... Não existe!
Pensei
fazer palhaçadas,
Para
divertir os tristonhos:
Dei
graças a Deus ser sonhos,
Para
não fingir com piadas!
Pensei
em amar alguém,
Casar
e ser pai um dia;
Talvez
me desse alegria,
Foi
outro sonho também!
Pensei
em viver folgado,
Quando
a velhice chegasse!
Foi
engano esse impasse,
Não
tem folga o explorado!
Um
filósofo, pensei ser,
Para
saber a razão!
Pensei
na religião,
Que
faz deixar de sofrer!
Pensei
em ser Comunista,
Para
combater a pobreza!
Para
ajudar a Natureza,
Quis
ser ambientalista!
Pensei
em ser professor,
Para
ensinar quem não sabia
Mas
vi que a maioria
Prefere
ser estupor!
Pensei
em ser viajante,
Para
não ter endereço,
Nem
pagar o alto preço,
Pela
vida de infante!
Pensei
em ser pobretão,
Mas
pobretão, eu já sou!
Sem
saber para onde vou,
De
onde vim penso então!
Assim
eu vivo vivendo,
De
mesquinhas ilusões ...
Sem
delas ter atenções ...
A
esperança vou perdendo!!!
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
* Aqui, o poeta continua com a ideia
e a expressão do seringueiro na cidade,
onde todos os seus sonhos são
praticamente impossíveis de ser realizados.
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