sábado, 2 de setembro de 2017

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2014





AGOSTOS 30 - 08 - 2014 -
             Nazareno Lima
   
       - I -
Onde será que andam as nossas flores?
E os bons amores onde se esconderam?
No passado, sempre apareceram
Mas hoje vemos somente as nossas dores!

Nossos perfumes não tem mais odores
E as nossas cores amareleceram
Nossos amigos já se entristeceram
E em mambembes, os nossos bons atores!

Depois de tanto escrever nas lousas
E lutar tanto contra o fim das cousas...
Nós nos tornamos dos homens, os mais tristes:

Mas o consolo que ainda nos resta,
É ver na vida algo que ainda presta:
É admitir que a Poesia existe!

       - II -
Sol amazônico, nem o sentimos mais...
E à noite nem vemos a cor do seu luar;
Vozes não ouvimos: é inútil falar
E nem o orvalho, emoção nos traz!

O som das cigarras, que nos dava paz...
A música de um rádio, em algum lugar...
Nem mesmo a aurora, é inútil raiar...
Nada mais hoje, nos alegre faz!

Mas tudo isto que nos faz ser santos...
E tudo aquilo que nos traz espantos,
Fazendo-nos a descer esse vil declive...

Partindo dessa ordem da Natureza,
Sentimos hoje a maior certeza
Que felizmente a Poesia vive!

* O poeta se expressa no pensamento do 
seringueiro e a Poesia é como se fosse a 
esperança de que um dia volte a vida na floresta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário