quinta-feira, 16 de março de 2017

POESIAS ACREANAS - Agostos - Nazareno Lima - 2014


AGOSTOS - 30-08-2014
                     Nazareno Lima

- VII -
Talvez por ser deste humilde povo
Que sofre, sofre e sofre sem parar
Pois sobra gente à nos explorar
E a cometer este enorme estorvo!

Tal para Augusto, a função do corvo
E para Marx, o jeito de ganhar...
Eu vejo o mundo à me expropriar
E por isso a dor me atacou de novo!

E às 3 horas em pleno abandono
Quero dormir mas não acho o sono
E... Fico assim à pensar na vida...

E uma pergunta me martela a alma
Quando será que isto se acalma?
Pois, talvez vencer é luta perdida !!!

    - VIII -
O pobre de hoje é um ser menor,
Não pelo corpo... ou pela beleza;
Nem pela Cultura, que é outra proeza
Que nunca faz a vida se tornar pior!

Não é a Paz, nem a incerteza
Nem o Dinheiro, que não o faz maior;
A Razão e a Lógica que não andam só
E tampouco a Fé que é uma Realeza!

O que agride o pobre nesse mundo,
É a traição do amor profundo,
Que só Vinícius um dia descreveu...

E todo pobre tende a ser traído,
Seja ele novo, velho ou sabido,
Pois o Amor Completo não é todo seu!


* O poeta Nazareno Lima escreveu esse texto 
Agostos em 2014 representando a classe 
seringueira acreana, que em grande pobreza,
atualmente habita as periferias de 
Rio Branco - Acre - Brasil.

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