SONETO
Cumpro a promessa que lhe fiz... Vencendo
A indolência fatal que me consome,
Vou estes feios versos escrevendo,
Assim com cara de quem está com fome...
Porque não deixo, aqui, só o meu nome?
Nesta segunda quadra me metendo,
Antes que tinta novamente tome,
Com o diabo da preguiça estou me vendo!
Eis-me, enfim, no começo dos tercetos...
Se eu, um dia, encontrar esse malvado
Que inventou essa droga de sonetos,
Que D. Branca me consagre burro
Se eu não assassinar esse danado
Com uma facada, um ponta-pé, um murro!
JUVENAL ANTUNES - Acre, 1929
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