segunda-feira, 29 de maio de 2017

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 1991


 MAUS LAMENTOS DE 91
                                Nazareno Lima

      - XXVI -
Mãe, a injustiça é o pior castigo
Que um pobre ser humano pode receber:
Eu vivo esta vida sem conseguir saber,
O mal que esta classe quer fazer comigo!
Eu já lutei pois, de todas as formas,
Mas, não me entrego para as suas normas
Pois encontram erro em tudo que digo!
Declarei guerra para esta gentalha
E meus Irmãos também, como canalhas,
Ainda vivem a me chamar de amigo!

     - XXVII -
Eu durmo por sob uma grande pilha
De problemas demasiados e absurdos:
Sou tal no Iraque, os povos Curdos,
Que para o mundo inteiro se humilha!
Quero esconder-me: não acho um quiosque,
Sou tal um coelho dentro de um bosque
Sendo perseguido por uma matilha!
Enquanto a traidora morte não vier,
Sinto a revolta que sentiu Voltaire,
Quando estava preso na Bastilha!
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* O poeta Nazareno Lima expressa nestes
versos a situação repressiva em viviam os
seringueiros acreanos sem emprego,
sem casa para morar e sem apoio,  na cidade de
Rio Branco, capital do Acre em 1980.

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