segunda-feira, 15 de maio de 2017

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima e Chico Mendes - 1982


SOLILÓQUIO À MINHA MÃE - IV - 1982
             Nazareno Lima e Chico Mendes

Ó mãos humanas – Tentáculos de pedras
Que apertam a aceleração dos motores:
Matando vidas vegetais aos horrores
E não se cansam de ouvirem as quedas!

As vozes tristes ... As que ordenam
A ação de destruir de formas pretextas.
A bulimia maldita de todas as bestas
Pairam nestes seres que o natural condenam!

Queria, com meu pobre raciocínio ...
Que, de olhar, meu ego se consome:
Saber a vil razão desta atra fome
Destes ambiciosos do extermínio!

Responde-me ó Deus, porque tanto come
Esta sociedade devastadeira?
Ainda que destruas a floresta inteira,
A floresta inteira não lhes mata a fome!
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

* No desespero da destruição da Floresta,
o poeta Nazareno Lima e o Ecologista
Chico Mendes escreveram esse poema que
tem a essência da tristeza e da injustiça do seringueiro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário