OS MUDOS - 10/04/2000
Nazareno Lima
Eu
tenho tanto à falar ao mundo,
Pena
que ele não me dê ouvidos:
Sou
dos anônimos que vivem escondidos,
A
sustentar este pesar profundo!
Quantos
tal eu estarão perdidos?
Vítimas
do vil anonimato infundo,
Semelhante
a um pobre vagabundo,
Na
alheia dependência dos sentidos!
Talvez
pior do que foi Canudos:
É
triste esta multidão do mudos,
E
não há quem conte este acervo...
E
muitos morrerão emudecidos ...
E
eu para não ser um dos vencidos ...
Já
que não falo, ao menos escrevo!
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
* O poeta falava nesse texto do puro
anonimato em que viveram os
Seringueiros Acreanos, os quais nem
a História vos conheceu direito.
O poeta falava como um deles.
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