segunda-feira, 22 de maio de 2017

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2000


OS  MUDOS   -   10/04/2000
                           Nazareno Lima

Eu tenho tanto à falar ao mundo,
Pena que ele não me dê ouvidos:
Sou dos anônimos que vivem escondidos,
A sustentar este pesar profundo!

Quantos tal eu estarão perdidos?
Vítimas do vil anonimato infundo,
Semelhante a um pobre vagabundo,
Na alheia dependência dos sentidos!

Talvez pior do que foi Canudos:
É triste esta multidão do mudos,
E não há quem conte este acervo...

E muitos morrerão emudecidos ...
E eu para não ser um dos vencidos ...
Já que não falo, ao menos escrevo!

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

* O poeta falava nesse texto do puro
 anonimato em que viveram os 
Seringueiros Acreanos, os quais nem 
a História vos conheceu direito. 
O poeta falava como um deles.

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