quarta-feira, 24 de maio de 2017

POESIAS ACREANAS - Juvenal Antunes - 1922

VULCÃO

Quem te conhece assim, simples, modesta,
De olhos baixos, discreta e recolhida,
Com esse Cândido porte, que te empresta
Um ar de melancolia compungida,

E ouve-te a voz tão sussurrante e mesta,
Como uma doce nota sustenida,
Fica a pensar que alguma dor te infesta,
Que alguma mágoa te consome a vida.

Toda a gente, entretanto, anda enganada;
És, entre as mil mulheres que eu conheço,
A mais ardente, a mais apaixonada...

Semelhas o vulcão, perfeitamente:
Por fora - pedra, argila, areia, gesso;
Por dentro - fogo, lava incandescente!

              Juvenal Antunes - 1922

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