sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016
SOLILÓQUIO À MINHA MÃE - 1992
Nazareno Lima e Chico Mendes
Parte - V -
Não deixai pois, acontecer
O que aqui continua acontecendo:
Não é justo matar quem está morrendo
Para dar mais vida a quem pode viver!
O que fazeis pois, ó Jus, para o futuro,
Esta classe da riqueza e da violência?
Lembrai a ela esta advertência,
Já que para ela sou muito obscuro!
Cega! Ó cega! Além de não ver estás muda?
Respondei ao meu grito de horrores!
Além de sermos legítimos sofredores...
Somos excluídos de tua ajuda?
Este meu grito não é de lamentos:
Este meu grito é de direitos!
Ainda venceremos todos preconceitos
Aumentando os nossos discernimentos!
Jus, a vitória de minha Mãe virá breve,
Apesar de inúmeros impecílios ...
Será conquistada pelos seus filhos
Que sentem a coragem de fazer a greve!
Aqui a violação dos direitos é feroz
E quem nos defende são os atos divinos
E ninguém mais: Nem Afonso Arinos,
Faz uma lei que defenda a nós!
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