Nazareno Lima
- II -
Herdeite pois, esta triste cinda:
Meu fraco corpo sob ti, habita
Mas, minha alma tristemente aflita
S'tá na floresta habitando ainda !
Este teu castigo, enquanto não abranda
E nem o meu nome a tua boca chama:
Meu magro corpo por justiças clama
E minh'alma triste entre vales anda!
Enquanto errada, contra mim se vingas:
Meu corpo frágil por tuas praças vaga
E minh'alma alva enquanto não se apaga,
Vive nas matas à cortar seringas !
Enquanto trair-me-á por anos vindouros,
Meu corpo trilha por teus sujos becos
E minh'alma odiando estes matos secos,
Anda tristonha pelos varadouros !
Enquanto me exploras à cada vez mais,
Com tamanha mágoa, a qual me consome:
Meu pobre corpo vive à passar fome
E minh'alma vaga pelos tabocais !
Enquanto negares os direitos meus
Com estas tuas leis super corrompidas:
Meu corpo anda à mendigar comidas
E minh'alma vive à se lembrar de Deus !
Aqui - 1992 é um poema do Prof. Nazareno Lima protestando contra a situação de um Seringueiro na cidade de Rio Branco - Acre sem trabalho e sem profissão.
ResponderExcluir