sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

MAUS LAMENTOS DE 91 - Nazareno Lima - 1991

     
            - XXVII -
Eu durmo por sob uma grande pilha
De problemas demasiados e absurdos:
Sou tal no Iraque, os povos Curdos,
Que para o mundo inteiro se humilha!
Quero esconder-me: não acho um quiosque,
Sou tal um coelho dentro de um bosque
Sendo perseguido por uma matilha!
Enquanto a traidora morte não vier,
Sinto a revolta que sentiu Voltaire,
Quando estava preso na Bastilha!


     - XXVIII -
Mãe, os meus Irmãos me tiraram fora
Da grande luta em teu benefício;
Talvez porque o meu pobre ofício,
Para cumpri-lo, eu esperava a hora!
Parado, estava pois, me preparando,
Para retornar e continuar lutando:
Exigindo da técnica uma melhora!
Sou tratado hoje como dissidente
E só posso provar que sou consciente,
Citando estes versos para a senhora!

    - XXIX -
Mãe porque o meu Irmão não aprende
Que sou teu verdadeiro defensor?
Trata-me como se eu fosse teu opressor
E meus ideais ele não entende!
Minha composição física é igual
Porém a minha Filosofia principal,
Nenhuma classe compreende!
É isso que hoje a minha mente estuda:
Vejo-me igual a Pablo Neruda
Após a morte de Salvador Allende!

Um comentário:

  1. Este texto faz parte do Livro "MAUS LAMENTOS DE 91" - escrito pelo Prof. Nazareno Lima em 1991 e está publicado na Antologia "A BOCA DO VARADOURO", escrita pelo Prof. Nazareno Lima e Organizada pelo Prof. Isaac Ronaltti do TJ-ACRE em 2008.

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