sábado, 28 de dezembro de 2013

O ACRE PRÉ-HISTÓRICO - 2008 - Nazareno Lima



Uma outra causa que acelerou a ocupação das terras do A'quiry e também a organização dos seringais deste, foi a ideia da construção da ferrovia Orthon-A'quiry e que por conta disso, aconteceu a expedição de Pereira Labre em 1888.
Em 1889 houve uma aceleração gigantesca na ocupação das terras do A'quiry, principalmente na margem esquerda à montante da foz do Riozinho do Rolla ou Irary como era conhecido até então. 

Foi a partir dessa época que a ocupação chega a foz do rio Xapury e que foi este também ocupado.
Em Maio de 1894 já havia sido fundada a Villa do Antimary na foz deste rio com o A'quiry. É bom lembrar que a fundação desta povoação era uma ação do governo do Amazonas para arrecadar mais impostos e também segundo ele, amenizar a violência que já era bastante acentuada naquela época e também, em outras palavras, manter o A'quiry litigioso sob o comando do governo amazonense.
Em 1894, o Governador do Amazonas Eduardo G. Ribeiro, sabendo que muitos capitalistas teriam ocupado terras no Estado do Amazonas irregularmente ou aumentado por conta própria as que já ocupavam, obrigou os proprietários de terras de sua jurisdição a fazer novo cadastro imobiliário, desta vez com medidas exatas feitas por engenheiros e exigia a medida com o mapa da propriedade e isto publicada em jornais de Manaus. Com esse cadastro imobiliário, apareceram proprietários adquirindo lotes até a boca do Igarapé Bahia(Brasiléia) e também no rio Xapury.
Esta época é o ponto de início da verdadeira ocupação geral das terras do A'quiry. Também a partir de 1894 houve uma maior organização dos seringueiros, pois a partir daí já trabalhavam sozinhos na mata, sem a companhia dos caboclos e também já haviam muares para transportes da produção e mercadorias. Foi a partir daí que a perigosa margem direita do A'quiry foi totalmente ocupada até a margem do Abunã, Rapirrã e Chipamannu.

       A partir de 1895, muitos seringais já estavam implantados em todos os afluentes do Purus. Era comum a navegação de vapores de Janeiro a Maio e os seringais eram implantados com muita frequência.
       A partir de 1898, começam as desavenças entre os donos de seringais, principalmente no Acre e Alto Purus e que a esta altura já eram muito poderosos. A partir de então a História conta como funcionava o sistema extrativo de produção da borracha. Os seringais eram em números tão elevados e tão ligados uns aos outros que começou certas invasões em suas imaginárias fronteiras, isso causou uma necessidade de nova demarcação, uma vez que as questões entre patrões eram constantes. Muitos coronéis já não sabiam os limites ou fronteiras de seus seringais que eles já chamavam de propriedades. Mas para que essa propriedade fosse efetivada juridicamente, teria que ser identificada e para isso precisava que ela tivesse um mapa ou Carta Topográfica, pois, somente assim poderia o Coronel requerer o documento junto as Prefeituras ou a Justiça. Este documento jurídico era também necessário para que o Coronel viesse a adquirir crédito junto as Casas Aviadoras de Manaus e Belém.

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